quarta-feira, 26 de setembro de 2012

António Aleixo

Tu que vives na grandeza,
Se calçasses e vestisses
Daquilo que produzisses,
Andavas nu, com certeza.

Tu andas cheio, eu vazio;
Tens à escolha o que quiseres.
Comes o melhor que eu crio,
Eu como o que tu não queres.

Quando morrermos já sei...
Tens padres missas e luzes;
Dobram os sinos, levas cruzes,
E eu... nem caixão levarei

Se andas comigo à pancada,
A Justiças comprarás...
Arranjas uma embrulhada,
Que vou preso e tu não vás.

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