quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Manuel António Pereira (Manel Papeleiro)

Encheram o Alentejo
De Guardas Republicanos
Para que não se produza
Nesta terra alentejana.

Depois das terras desbravadas
Em fase de produção
À força de repressão
São de novo abandonadas
As searas não são ceifadas
Que destruir é seu desejo
Em busca dum privilégio
Vão os campos devastá-los
Homens, jipes e cavalos
Encheram o Alentejo.,

As patrulhas a rondar
Em volta dos camponeses
São métodos portugueses
Do tempo do Salazar
Reprimir para mostrar
Sua força soberana
Uma política desumana
Emprega-se em quem trabalha
Com cães, armas e metralhas
E Guarda Republicana.

Devolve-se a terra ao mato
A fome aos trabalhadores
Dá-se o gado aos lavradores
Para vender ao desbarato
Tudo isto é um retrato
Daquilo que aqui se usa
O povo tanto recusa
Quer as terras semear
Mas há alguém a evitar
Para que não se produza.

Falando em democracia
Rouba-se a tantos o pão
Dá-se o dinheiro aos que estão
Na mais alta burguesia
O povo que não sabia
Se quiser jamais se engana
Sete dias por semana
Andam as forças da ordem
A provocar a desordem
Nesta terra alentejana.

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