Se Deus é bom e não mente
e ninguém lhe pede em vão,
porquê - meu Deus - tanta gente
a trabalhar sem ver pão?
"zé Ninguém"
Há, dentro do nosso ser,
uma lição modelar:
o coração a bater,
toda a vida a trabalhar.
"Migalha"
Trabalhar é investir
nossa valia e suor
na construção do porvir,
visando um mundo melhor.
"José de Albuquerque"
Muitos homens são formigas:
trabalham de noite e dia.
Outros, preferem cantigas,
discursos, demagogia.
"Tridente"
Trabalhar, se der prazer,
dá-nos a vida também,
pois, no fundo, é aprender
a ser homem, ser alguém.
"Triângulo"
Se alguém prefere a preguiça
pois trabalhar cansa e sua,
não é homem, é cortiça;
não nada, ou vive, flutua.
"Ventania"
O autor, António da Mota, utiliza para cada uma das quadras um pseudónimo diferente. O conjunto dos poemas de A.da M. a que tive acesso, numa biblioteca, estão dactilografados em folhas A4, algumas são fotocópia, cujas folhas foram empastadas e coladas, segundo percebo, como forma de não se separarem ou perderem-se. Dados do autor, desconheço em absoluto. Nalgumas dessas folhas há em cabeçalho VIII Jogos Forais Nacionais do Conselho da Moita". É possível que este cabeçalho explique a utilização de pseudónimos...
Sem comentários:
Enviar um comentário