quarta-feira, 30 de março de 2011

Manuel Coelho

A noite do atraso

Numa longa noite de grande trovoada,
onde o escuro era opaco e imponente,
em escassos segundos se via somente,
um caminho, uma viela, uma estrada.

Lá quando a via era vista, visionada,
por um risco breve, efémero e tangente,
que dava esperança, enfim é gente,
de longe se via uma estrela iluminada.

Mas pura e enganosa essa falsa ilusão,
essa luz que nos abandonava e fugia
mais, anunciando sequer causas adiadas.

Interminável e terrível noite de escuridão,
que só o atraso e a crendice favorecia;
cinco ilustres não baniram quatro décadas

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