domingo, 12 de junho de 2011

Manuel João Mansos

O meu livro

Meu livro, leitor amigo,
é este cantar poemas
que são o porto de abrigo
de quem não suporta algemas.

Liberdade é dom de Deus
dado a todo o ser vivente:
sejam cristãos ou ateus
todos são livres, são gente.

Mas a contrários intuitos
há quem a todos obrigue;
são poucos, dominam muitos:
é só p'ra eles ser livres.

Quando o mal lança o assalto,
eu o enfrento lutando:
ao meu destino não falto,
amigos, cá vou cantando.

Quem pode ficar calado
se não vê na vida o norte?
Consentir olhos vendados
é estar morto antes da morte.

Fartos caminhos de pão
têm guardas à entrada;
tão injusta negação
não foi por Deus ordenada.

P'ra que se cumpra o que é justo
alta vontade comanda:
que se lute a todo o custo
por aquilo que Deus manda.

Quantos já foram vencidos
deixaram bons pergaminhos:
é da lei que os oprimidos
tentem romper seus caminhos.

Se cada qual se sentisse
herdeiro de exemplos maiores,
as searas não teriam
escalrachos de ditadores.

E quando o trigo nascer
do ruim escalracho salvo,
quem nega que há-de crescer
para todos o pão alvo?

Amigos, este é o meu
natural tom de cantar:
liberdade que Deus me deu
ninguém ma pode roubar.

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