quinta-feira, 16 de junho de 2011

Manuel João Mansos

Depois do dever cumprido

Depois do dever cumprido,
Ó homem, não te apoquentes,
deixa vir o que vier.
Se és por alguém denegrido,
já que nasceste poeta,
nessa luta te aguentes,
-não é poeta quem quer:
só aquele que desperta
para a aurora da verdade
por tantos sempre encoberta
com dizeres de falsidade,
atrás de servil comédia,
onde muitos dos actores
a representam sem rédea
mas com freio de várias cores;
portanto, se és denegrido
aguenta as tuas dores.
Estás a teus irmãos unido
segue avante o teu fadário
e não te julgues solitário
depois do dever cumprido.

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