Sardinha assada
Quanto mais rasca é a tasca
Melhor me sabe a sardinha
Com um vinhão carrascão
Mais sinto o fado à noitinha
A minha guitarra agarra
Uma réstia do passado
A minha garganta canta
Com nostalgia este fado
Refrão
Triste quimera
Do fado d'antigamente
Ai quem me dera
Poder ouvir novamente
Fora de portas
Aquelas vozes d'outrora
Regressar a horas mortas
Sem as saudades d'agora
Quanto mais chora te adora
A tua guitarra amiga
Se tu a fazes vibrar e chorar
Num fadinho à moda antiga
Eu sinto assim em mim
Que quero voltar ao passado
Da bela sardinha assada
E às velhas noites do fado
terça-feira, 23 de agosto de 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
Constantino Menino
Vem à taverna
Aqui
Onde o fado é mais fado
A canção não é saudade
Saudade não é tristeza
Aqui
O sentir de todos nós
Toma o corpo em qualquer voz
De alma bem portuguesa
REFRÃO
Vem à "taverna"
Vem cantar e ouvir cantar
Vem deixar que a saudade
Tome forma definida
Vem à "taverna"
Mas não venhas p'ra esquecer
Esquecer não é viver
É tornar mais curta a vida
Aqui
se és poeta ou cantador
Simplesmente sonhador
Tens um cantinho que é teu
Aqui
Cada um é um irmão
Com o mesmo coração
Onde o amor não morreu
Aqui
Onde o fado é mais fado
A canção não é saudade
Saudade não é tristeza
Aqui
O sentir de todos nós
Toma o corpo em qualquer voz
De alma bem portuguesa
REFRÃO
Vem à "taverna"
Vem cantar e ouvir cantar
Vem deixar que a saudade
Tome forma definida
Vem à "taverna"
Mas não venhas p'ra esquecer
Esquecer não é viver
É tornar mais curta a vida
Aqui
se és poeta ou cantador
Simplesmente sonhador
Tens um cantinho que é teu
Aqui
Cada um é um irmão
Com o mesmo coração
Onde o amor não morreu
domingo, 14 de agosto de 2011
Constantino Menino
És muito mais
Tenho o sol que me aquece
Tenho a noite que me abriga
Tenho a esperança qu'aparece
Na hora da despedida
Tenho a sorte de saber
O que vale para os mortais
A ternura dum poema
Mas tu vales muito mais
Perguntaram-me em segredo
A razão de estar no fado
Só não o disse por medo
E porque havia jurado
Aos filhos da madrugada
Amigos de ocasião
Como eu ricos sem nada
Fugindo da solidão
Tenho o sol que me aquece
Tenho a noite que me abriga
Tenho a esperança qu'aparece
Na hora da despedida
Tenho a sorte de saber
O que vale para os mortais
A ternura dum poema
Mas tu vales muito mais
És muito mais
Que o fado que ontem escrevi
És muito mais
Que as saudades que senti
És muito mais
Que tudo o que recordei
Lágrimas que eu chorei
Podes crer foram por ti
És muito mais
És muito mais
Por isso me encontro aqui
Perguntaram-me em segredo
A razão de estar no fado
Só não o disse por medo
E porque havia jurado
Aos filhos da madrugada
Amigos de ocasião
Como eu ricos sem nada
Fugindo da solidão
Constantino Menino, nascido em Alcochete, em Abril de 1937, teve ao longo da sua vida uma actividade multifacetada - para além de poeta, foi um "carola" no movimento associativo, foi radialista, músico, árbitro de futebol e autarca na sua terra. Parte dos seus poemas foram e são cantados por fadistas. Os poemas inseridos no rimapontocom foram retirados do seu livro Fados do meu fado.
sábado, 13 de agosto de 2011
Constantino Menino
Onde pára
Onde me levas solidão
Onde paras pensamento
Onde moras ilusão
P'ra descansar um momento
Onde cantas pardalito
Dos meus tempos de criança
Onde pára o que medito
Onde vive a minha esp'rança
Meus irmãos de brincadeiras
Inimigos de guerras sãs
Amizade sem fronteiras
Nascida em cada manhã
Quando o mestre nos dizia
Aprender para saber
Cuidado a vida é vazia
Para quem não souber ler
Onde me levas solidão
Onde paras pensamento
Onde moras ilusão
P'ra descansar um momento
Onde cantas pardalito
Dos meus tempos de criança
Onde pára o que medito
Onde vive a minha esp'rança
Meus irmãos de brincadeiras
Inimigos de guerras sãs
Amizade sem fronteiras
Nascida em cada manhã
Quando o mestre nos dizia
Aprender para saber
Cuidado a vida é vazia
Para quem não souber ler
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Mia Couto
POBRES DOS NOSSOS RICOS
A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.
Mas ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".
Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.
É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.
Vivem na obsessão de poderem ser roubados.
Necessitavam de forças policiais à altura.
Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia.
Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.
Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem ...
Mas ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".
Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.
É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.
Vivem na obsessão de poderem ser roubados.
Necessitavam de forças policiais à altura.
Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia.
Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.
Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem ...
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Fim de Semana em Messejana
O último fim de semana - que culminou numa crise de gota, graças à lebre com feijão, ao bom chouriço. ao bom queijo de ovelha e ao bom vinho marca Lampião - passado na bela vila de Messejana, proporcionou-me a recolha de algumas imagens. Para além do prazer de estar com a família, proporcionou igualmente momentos de agradável convívio com alguns messejanenses - gente boa.
Ruinas, o que resta do castelo de Messejana
sábado, 6 de agosto de 2011
Vinícius de Morais
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexactas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioactiva
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atómica
Sem cor sem perfume
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
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