domingo, 29 de janeiro de 2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Tenho vindo a publicar coisas retiradas da revista A Tradição. É indispensável esclarecer, para quem não saiba o que foi essa revista serpense. Trata-se de uma publicação dedicada à divulgação das tradições populares, não apenas da região de Serpa, mas um pouco de todo o país. Constituiu um projecto de inestimável valor, iniciado em 1899, tendo terminado em 1904. Contou com a colaboração de prestigiados intelectuais - conde de Ficalho, Trindade Coelho, Teófilo Braga, Carolina Michaelis de Vasconcelos, Ramalho Ortigão, Arronches Junqueiro, José Leite de Vasconcelos, entre muitos outros. Ideologicamente tinha uma orientação democrática. Em boa hora decidiu a Câmara Municipal de Serpa fazer uma edição facsimilada, que teve a sua segunda edição em 1997.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Modas-Estribilhos Alentejanas
Ai! Que chita!
Ai! Que chita tão bonita
Que eu comprei par'ó meu vestido,
P'ró mandar fazer à moda,
P'ró mostrar ao meu marido.
P'ró mandar fazer à moda,
P'ró mostrar ao meu marido.
Meu marido! oh meu maridinho!
Só a ti é que te quero bem!
Só a ti é que te eu adoro,
Só a ti, a mais ninguém!
Só a ti é que te eu quero,
Só a ti, a mais ninguém!
Em A Tradição
Ai! Que chita tão bonita
Que eu comprei par'ó meu vestido,
P'ró mandar fazer à moda,
P'ró mostrar ao meu marido.
P'ró mandar fazer à moda,
P'ró mostrar ao meu marido.
Meu marido! oh meu maridinho!
Só a ti é que te quero bem!
Só a ti é que te eu adoro,
Só a ti, a mais ninguém!
Só a ti é que te eu quero,
Só a ti, a mais ninguém!
Em A Tradição
sábado, 21 de janeiro de 2012
Modas-Estribilhos Alentejanas
As cobrinhas d'água
As cobrinhas d'água
são minhas comadres,
quando lá passares
dá-lhe saudades.
Dá-lhe saúdades,
saúdades minhas ,
quando lá passares
ao pé das cobrinhas.
As cobrinhas d'água
são minhas comadres,
quando lá passares
dá-lhe saudades.
Dá-lhe saúdades,
saúdades minhas ,
quando lá passares
ao pé das cobrinhas.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
O Ganhão
Tomara já cá
Sabbado á noite
Para vêr meu amor
Que ha-de vir do monte.
Mais vale um ganhão
Sem manta sem nada,
Que trinta sovinas
De bota engraxada.
Mais vale um ganhão
Rôto e sem camisa,
Que trinta sovinas
De marrafa lisa.
Em A Tradição
Sabbado á noite
Para vêr meu amor
Que ha-de vir do monte.
Mais vale um ganhão
Sem manta sem nada,
Que trinta sovinas
De bota engraxada.
Mais vale um ganhão
Rôto e sem camisa,
Que trinta sovinas
De marrafa lisa.
Em A Tradição
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Quadras
Com quatro flores bonitas,
Ao meu bem faço um raminho:
Açucena, amor perfeito,
Cravo dobrado, junquilho.
Este cravo bem bonito
E' p'ra dar ao meu amor;
Cravo roxo é rei dos cravos,
Do jardim mimosa flor.
Cravo roxo à cintura,
E´sinal de sentimento.
Vae, cravinho, vae depressa
Adonde está meu pensamento.
O cravo é cor de fogo,
A relva é mangericão.
Não me despeço menina,
Da tua conversação.
Este mimoso cravo,
Entre as flores reverdece.
Também o meu lindo amor
Entre os amor's se conhece.
Esta vae por despedida,
Despedida verdadeira;
Vae na folhinha de um cravo,
Na folhinha verdadeira.
Samiei um cravo branco
N'um canteiro do jardim,
Para ficar de memória
O dia em que te conheci.
Em A Tradição
Ao meu bem faço um raminho:
Açucena, amor perfeito,
Cravo dobrado, junquilho.
Este cravo bem bonito
E' p'ra dar ao meu amor;
Cravo roxo é rei dos cravos,
Do jardim mimosa flor.
Cravo roxo à cintura,
E´sinal de sentimento.
Vae, cravinho, vae depressa
Adonde está meu pensamento.
O cravo é cor de fogo,
A relva é mangericão.
Não me despeço menina,
Da tua conversação.
Este mimoso cravo,
Entre as flores reverdece.
Também o meu lindo amor
Entre os amor's se conhece.
Esta vae por despedida,
Despedida verdadeira;
Vae na folhinha de um cravo,
Na folhinha verdadeira.
Samiei um cravo branco
N'um canteiro do jardim,
Para ficar de memória
O dia em que te conheci.
Em A Tradição
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Modas-Estribilhos alentejanas
De noite batem à porta:
O' filha, vae ver quem é!
Se fôr teu amor primeiro,
Vae aquecer o café.
Vae aquecer o café,
Vae aquecer o ch'colate.
De noite batem à porta:
O' filha, vae ver quem ´bate!
Em A Tradição
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Tocador de viola
O tocador a viola
Merece uma boa ceia:
Uma data de pasadas,
Trinta dias de cadeia!
O tocador da viola
Merece uma gravata;
Hei-de mandar fazer-lhe uma
Do rabo da minha gata!
O tocador da viola
Merece uma gallinha...
Mastigada co'os meus dentes,
Cá p'rá minha barriguinha
O tyocador da viola
É feio... mas toca bem!
Se não casar pela prenda...
Formosura não a tem!
O tocador da viola
Oh moças! tratem-n'o bem,
Que elle é de fora da terra,
Não conhece aqui ninguém.
O tocador da viola
Merece levar pasadas:
A viola não é sua,
As cordas são emprestadas!
O tocador da viola
Tem dedos de marafim;
Tem olhos d'enganador...
Não me há-de enganar a mim!
A viola tem um S
Por baixo do cavalete;
O tocador que a toca
É um lindo ramalhete!
O tocador da viola
Tem dedos de papel pardo...;
Tem olhos d'enganador...
Há-de enganar o diabo!
Merece uma boa ceia:
Uma data de pasadas,
Trinta dias de cadeia!
O tocador da viola
Merece uma gravata;
Hei-de mandar fazer-lhe uma
Do rabo da minha gata!
O tocador da viola
Merece uma gallinha...
Mastigada co'os meus dentes,
Cá p'rá minha barriguinha
O tyocador da viola
É feio... mas toca bem!
Se não casar pela prenda...
Formosura não a tem!
O tocador da viola
Oh moças! tratem-n'o bem,
Que elle é de fora da terra,
Não conhece aqui ninguém.
O tocador da viola
Merece levar pasadas:
A viola não é sua,
As cordas são emprestadas!
O tocador da viola
Tem dedos de marafim;
Tem olhos d'enganador...
Não me há-de enganar a mim!
A viola tem um S
Por baixo do cavalete;
O tocador que a toca
É um lindo ramalhete!
O tocador da viola
Tem dedos de papel pardo...;
Tem olhos d'enganador...
Há-de enganar o diabo!
"Creatura indispensável em todos os bailes, quer públicos, quer de feição particular e familiar, o tocador de viola gosou em todos os tempos, e ainda hoje gosa, das finesas mais caras e gentís por parte do bello sexo."
Em A Tradiçãosegunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Modas-estribilhos alentejanas
Eu Fujo
O' meu lindo amor,
Eu fujo!
O' meu lindo amor
Eu fujo!
Pelo mar abaixo,
Vou a ser marujo!
Pelo mar abaixo,
Vou a ser marujo!
Vou a ser marujo
Mais ella!
Vou a ser marujo
Mais ella!
Pelo mar abaixo
Vae o barco à vela.
Pelo mar abaixo
Vae o barco à vela
Em A Tradição
domingo, 8 de janeiro de 2012
As Janeiras
Estas casas são caiádas
por dentro, e por fora não;
o senhor que n'ellas mora
Deus lhe dê a salvação.
Estas casas são de ouro,
nellas mora uma princeza:
Meta a mão no seu thesouro,
reparta com a pobreza.
Senhora dona de casa,
deixe-se estar que está bem,
mande-me dar a esmola
pelo filhinho que tem.
Cantigas cantadas nos reis, na região de Serpa, no final do século XIX. Foi respeitada a ortografia da época.
Em A Tradição, revista serpense em edição facsimilada
por dentro, e por fora não;
o senhor que n'ellas mora
Deus lhe dê a salvação.
Estas casas são de ouro,
nellas mora uma princeza:
Meta a mão no seu thesouro,
reparta com a pobreza.
Senhora dona de casa,
deixe-se estar que está bem,
mande-me dar a esmola
pelo filhinho que tem.
Cantigas cantadas nos reis, na região de Serpa, no final do século XIX. Foi respeitada a ortografia da época.
Em A Tradição, revista serpense em edição facsimilada
sábado, 7 de janeiro de 2012
Cândida do Céu Ferreira
Querida Augusta morro por ti,
eu sem ti não posso estar.
Os dias da minha vida
só tu podes prolongar.
O teu cabelo, ó Micas,
composto por tua mão,
toda a gente se admira
de tão bela perfeição.
Este teu nome Maria
é um poema de amores,
foi feito um dia por Deus
do perfume das flores.
Em Artes e tradições de Viseu
eu sem ti não posso estar.
Os dias da minha vida
só tu podes prolongar.
O teu cabelo, ó Micas,
composto por tua mão,
toda a gente se admira
de tão bela perfeição.
Este teu nome Maria
é um poema de amores,
foi feito um dia por Deus
do perfume das flores.
Em Artes e tradições de Viseu
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Cândida do Céu Ferreira
A tua mão, meu amor,
é um tesouro real,
teus dedos de fino ouro,
teu coração um cristal.
Só tu és o meu enleio
minha doce adoração.
Por ti, anjo adorado,
darei alma e coração.
Agora tenho razão
de a não cumprimentar,
por me prometer dois beijos
e ir-se embora sem mos dar.
Ando triste, apoquentado,
pois tudo já aborreci.
Só vejo a felicidade
quando olho para ti.
A senhora Cândida é natural da freguesia de Fragosela, concelho de Viseu, artesã de flores de papel.
Em Artes e tradições de Viseu
é um tesouro real,
teus dedos de fino ouro,
teu coração um cristal.
Só tu és o meu enleio
minha doce adoração.
Por ti, anjo adorado,
darei alma e coração.
Agora tenho razão
de a não cumprimentar,
por me prometer dois beijos
e ir-se embora sem mos dar.
Ando triste, apoquentado,
pois tudo já aborreci.
Só vejo a felicidade
quando olho para ti.
A senhora Cândida é natural da freguesia de Fragosela, concelho de Viseu, artesã de flores de papel.
Em Artes e tradições de Viseu
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Quadras Populares de Torredeita
Sete varas tem,
tem a minha saia nova.
Sete varas tem
e não lhe faz roda.
Se um dia me casar
levo a capucha da serra,.
o coração a cantar
cantigas da minha terra.
Em Artes e tradições de Viseu
tem a minha saia nova.
Sete varas tem
e não lhe faz roda.
Se um dia me casar
levo a capucha da serra,.
o coração a cantar
cantigas da minha terra.
Em Artes e tradições de Viseu
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Quadras populares de Manhouce
A cantar e a dançar
ganhei uma saia nova,
também lhe ganhei a fita
para lhe botar na roda.
Eu fui beber água à fonte.
Bebi, tornei a beber,
estava o meu amor à fonte
regalei-me de o ver.
em Artes e Tradições de Viseu
ganhei uma saia nova,
também lhe ganhei a fita
para lhe botar na roda.
Eu fui beber água à fonte.
Bebi, tornei a beber,
estava o meu amor à fonte
regalei-me de o ver.
em Artes e Tradições de Viseu
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Augusto Deodato Guerreiro
A poesia e as diferenças que nos unem
Há nos olhares das palavras e dos gestos,
Dos corações a amplas vozes de mil cores,
Como o poema mais brioso e mais diário,
Um mundo são, mais generoso e solidário,
Um mundo novo, vivo, livre e são de afectos.
Há poesia nas palavras mais singelas
Como um poema no mais ínfimo dos gestos.
Há poesia no prazer e no amar
Como um poema em cada forma de sorrir,
Como um poema em cada modo de pensar.
Há poesia nos olhares do repente
Como um poema que nos clama coisas belas.
Há poesia no dizer e no sentir
Como um poema de doçura contundente
Num abraçar a tolerância tão urgente.
Há poesias e poemas a gritar
As liberdades e verdades que se fundem,
Civilizações e culturas que nos unem.
Há poesia no saber e no errar
Como a esperança num poema a namorar...
Como um poema em cada ser de cor dif'rente.
Há poesia em todo o corpo que nós somos,
Há poesia nas dif'renças que nos unem.
Há poesia que nos faz rir e chorar
Como um poema em cada sonho que nós somos,
Como um poema em cada sonho que propomos.
Há poesia nos canhões da paz dos sonhos
Como a verdade e liberdade a exigir,
Como um poema em cada sonho a resistir!
Há nos olhares das palavras e dos gestos,
Dos corações a amplas vozes de mil cores,
Como o poema mais brioso e mais diário,
Um mundo são, mais generoso e solidário,
Um mundo novo, vivo, livre e são de afectos.
Há poesia nas palavras mais singelas
Como um poema no mais ínfimo dos gestos.
Há poesia no prazer e no amar
Como um poema em cada forma de sorrir,
Como um poema em cada modo de pensar.
Há poesia nos olhares do repente
Como um poema que nos clama coisas belas.
Há poesia no dizer e no sentir
Como um poema de doçura contundente
Num abraçar a tolerância tão urgente.
Há poesias e poemas a gritar
As liberdades e verdades que se fundem,
Civilizações e culturas que nos unem.
Há poesia no saber e no errar
Como a esperança num poema a namorar...
Como um poema em cada ser de cor dif'rente.
Há poesia em todo o corpo que nós somos,
Há poesia nas dif'renças que nos unem.
Há poesia que nos faz rir e chorar
Como um poema em cada sonho que nós somos,
Como um poema em cada sonho que propomos.
Há poesia nos canhões da paz dos sonhos
Como a verdade e liberdade a exigir,
Como um poema em cada sonho a resistir!
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Rómulo de Carvalho (António Gedeão)
Rapaz vivo e inteligente,
O enlevo de toda a gente,
Menos de oito anos tem,
Um eterno falador.
Lendo sempre com amor
O livro que à mão lhe vem.
Poema de Rómulo de Carvalho sobre o seu filho Frederico de Carvalho, quando este tinha apenas sete anos.
O enlevo de toda a gente,
Menos de oito anos tem,
Um eterno falador.
Lendo sempre com amor
O livro que à mão lhe vem.
Poema de Rómulo de Carvalho sobre o seu filho Frederico de Carvalho, quando este tinha apenas sete anos.
Subscrever:
Mensagens (Atom)