Vá, diz que nunca pisaste uma formiga
sem logo sentir o luto dos remorsos subterrâneos
das cidades em crepes.
Diz que só foste infame em becos pessoais
e nunca manchaste os dedos
na recusa de desfraldar bandeiras.
Vá, convence as pedras, os bichos e as cores
de que sempre emprestaste os olhos
ao incêndio do nascer do dia
-meu triste herói-de-merda mentiroso,
tão feliz de trazer no coração a dor do mundo
(do tamanho do peso de uma flor)
(Fiz hoje cinquenta anos e resolvi auto-elogiar-me nesta ode)
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