"Pelas adiafas da ceifa, ou em Fevereiro, quando se acaba na lagariça a mastuga da azeitona, se o lavrador é bizarro, mata-se na herdade um chibato barbão para ensopado, vêm as raparigas da aldeia e dos montes perto, e é um dia de festa entre a "cambada". Logo pela manhã, mastro no pátio, com festivas verduras de medronheiro, mentrastes, flores do monte; depois, na cozinha, o brasido de azinho e vides secas, as panelas, de roda, escachoando, os arrozes de olha gordos e toucinho, as orelheiras com couve e grãos durázios, e ao centro do lumaréu, na plena chama das vides, que dois ou três renovam, o enorme tacho onde a badana guisa, fedendo os seus fartuns de mato, entre batatas, pilhas de cebola, montes de salsa hortense a colorau."
"Enfim, coração lesto! o que há-de ser, será... - e os veludosos olhos da rapaziada beirã luzem com essa vaga doçura do vinho unido à pena, quando, sentados ainda de roda do almoço, ouvem no terreiro o adufe das moças alentejanas que os concitam..."
O rouxinol quando bebe,
Na fonte d'água corrente,
Tira penas com que escreve
Cartas ao amor ausente...
Em Antologia de Fialho de Almeida
Em Antologia de Fialho de Almeida
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