sexta-feira, 6 de maio de 2011

Eduardo Olímpio

se fores ao alentejo
não leves vinho nem pão
leva o coração aberto
e ao lado do coração
leva a rosa da justiça
e o teu filho pela mão

se fores ao alentejo
não leves vinho nem pão
leva o teu braço liberto
para abraçar teu irmão
esse irmão que está tão perto
do teu aperto de mão
e que tão longe amanhece
nos campos da solidão

se fores ao alentejo
não leves vinho nem pão
leva a alegria de seres
irmão de quem vai parir
uma seara de trigo
uma charneca a florir
um rebanho e um abrigo
e um amanhã que há-de vir
como se fosse outro amigo
dentro do sol a sorrir

se fores ao alentejo
não leves vinho nem pão
leva o coração aberto
e o teu filho pela mão

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