segunda-feira, 16 de maio de 2011

João Farelo

Da minha varanda

O rio é pouco mais azul que o céu,
A lamber a cidade enorme e quieta,
As nuvens são castelos ambulantes
Em busca da distante e ignota meta,
Ao longe, o infinito é só um traço,
Por trás da estranha Tróia de cimento,
Ruas de asfalto, torres de vidro e aço,
Só o mar é o mesmo, imenso e lento,
Ao lado vê-se a serra a emoldurar
Este quadro - cidade - entardecer,
E os guindastes do cais parecem armas
Defendendo esta paz de enternecer;
Vê-se assim a cidade, de onde vivo,
Com olhos de poeta sonhador,
Tudo é beleza aos olhos de quem sonha,
Até o grito é canto, até o negro é cor.

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