sábado, 20 de abril de 2013

Arminda Gonçalves

Ainda...

Por mágica fortuna me transporto
ao rio irado em cuja margem suave
encontro o meu porto
e abri a asas de incansável ave.

O fascínio de então, a chama viva
que eu própria era, e aquele olhar aberto
à paisagem anímica e festiva,
como hoje estão de mim tão longe e perto!

O mesmo apelo à vida ainda sinto
na perturbante seiva que percorre
as minhas veias. Bebo o mesmo absinto...
e a minha sede não se farta ou morre.

Ainda aquela origem milagrosa
no frémito da voz que me aturdiu!
E não murchou a flor maravilhosa
que a Primavera abriu!

Parou o Tempo. O espírito persiste,
fascinado a adorar a juventude.
O mesmo amor, a mesma fé subsiste
na mesma plenitude!

Em chama perdida

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