quarta-feira, 17 de abril de 2013

Lília da Silva

Fusão

Gota a gota, hora a hora, uma fonte
Goteja, pródigas, as suas lágrimas.
Amor é palavra líquida que sacia
Ainda que não saiba quem dela vai beber.

Amor é não sentir o peso
Das asas da ave mais próxima,
É palavra na qual
Com alegria se morre.

E, como uma chama consome a solidão,
Das cinzas frias a alegria brota
Nas entranhas de uma tocha interior.

É um sonho exacto,
Sonho de ver parar o mundo
E de pedir um sol. Hoje, só hoje.

Roubei do sol pela manhã
E do luar pela madrugada
A luz que trazia toda nas minhas mãos.
Quando fui deixá-la nos teus olhos
Tinha-se escapado por entre meus dedos.
Estou vazia.

Em A Mulher as flores o futuro

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