sexta-feira, 9 de março de 2012

Inscrições nas paredes das celas de Caxias

Eu vivo sem alegria
Dentro desta prisão
Acabou-se a liberdade
Estou na solidão.

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Encerrados nesta prisão
Estão dezenas de operários
Que pediam com razão
Aumento dos seus salários.

Estes poemas foram inscritos nas paredes das celas do forte de Caxias em 1917 (já nessa época, o destino de quem lutava era Caxias!), são transcritos por José Pacheco Pereira no seu livro As lutas operárias contra a carestia de vida em Portugal a greve geral de Novembro de 1918. A este propósito diz JPP:
"Antes da greve geral contra a carestia da vida de Novembro de 1918, duas grandes greves profissionais tiveram lugar em Lisboa: a greve dos operários da construção civil e a greve dos trabalhadores telégrafos-postais, a que se seguem greves gerais de solidariedade. Para além destes movimentos, uma violenta revolta popular tinha-se dado em Maio de l917, dirigida contra as mercearias e os armazéns de viveres, a chamada 'revolução da batata'. Em Lisboa vivia-se nos meios operários e sindicais um verdadeiro ambiente revolucionário, que se reflectia nas paredes do forte de Caxias..."

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