segunda-feira, 5 de março de 2012

Valentim Adolfo João

Não tenho vagar, amor
Para te dar atenção
Tenho muito que fazer
Na minha Associação

É meu desejo transformar
Esta pobre sociedade
Que semeia a iniquidade
Para nos escravizar.

Temos muito que lutar,
Com força, audácia e valor
Para extinguirmos a dor,
A miséria e o sofrimento.
E por isso, neste momento,
Não tenho vagar, amor.

O Valentim Adolfo João, operário mineiro em S. Domingos, Bx. Alentejo, tornou-se um símbolo para a sua classe, tal era o seu empenhamento na sua Associação de classe e nas lutas que travam. Estávamos então no início do século XX. Militante anarco-sindicalista, pouco tempo lhe sobrava para a vida familiar e afectiva, de tal forma que a sua amada se queixava da pouca atenção que recebia. Certa vez, foi com o poema acima transcrito que se justificou.

Sem comentários:

Enviar um comentário