domingo, 13 de junho de 2010

Esmeraldina Pinto

Quadras dedicadas ao crime de Vale de Nobre

A província alentejana
Vive em grande conflito
A Guarda Republicana
Causou um grande delito

É um jovem camarada
E outro de mais idade
que mataram à rajada
No lugar de certa herdade

Eram homens muito honrados
Que ganhavam o seu pão
Que foram martirizados
E mataram à traição

Mataram os desgraçados
Sem motivo nem razão
Jamais serão perdoados
Pelo povo da nação

Foi coisa premeditada
É o que toda a gente diz
A cena mais revoltada
Que se deu neste país

Viam-se braços no ar
E gritos de aflição
Via-se o povo a chorar
Que cortava o coração

Quando os amigos correram
Para salvar seus camaradas
Viram logo que morreram
No meio de tantas rajadas

Gritaram desesperados
Sem saber o que fazer
Pois foram ameaçados
Que também iam morrer

Exigimos o castigo
A esses grandes malvados
Mataram nossos amigos
No trabalho fatigados

O latifundiário sorridente
Viu-se na televisão
Parecendo estar contente
Ao ver a nossa aflição

Onde estão os cravos de Abril
Onde está a liberdade
Assassinos há muitos mil
Sem responsabilidade

Mas desta vez são punidos
Isso posso afiançar
O povo está bem unido
Os braços não vai cruzar

Assim a luta continua
Doa lá a quem doer
Minha vontade é a tua
Nós havemos de vencer

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