Quadras dedicadas ao crime de Vale de Nobre
A província alentejana
Vive em grande conflito
A Guarda Republicana
Causou um grande delito
É um jovem camarada
E outro de mais idade
que mataram à rajada
No lugar de certa herdade
Eram homens muito honrados
Que ganhavam o seu pão
Que foram martirizados
E mataram à traição
Mataram os desgraçados
Sem motivo nem razão
Jamais serão perdoados
Pelo povo da nação
Foi coisa premeditada
É o que toda a gente diz
A cena mais revoltada
Que se deu neste país
Viam-se braços no ar
E gritos de aflição
Via-se o povo a chorar
Que cortava o coração
Quando os amigos correram
Para salvar seus camaradas
Viram logo que morreram
No meio de tantas rajadas
Gritaram desesperados
Sem saber o que fazer
Pois foram ameaçados
Que também iam morrer
Exigimos o castigo
A esses grandes malvados
Mataram nossos amigos
No trabalho fatigados
O latifundiário sorridente
Viu-se na televisão
Parecendo estar contente
Ao ver a nossa aflição
Onde estão os cravos de Abril
Onde está a liberdade
Assassinos há muitos mil
Sem responsabilidade
Mas desta vez são punidos
Isso posso afiançar
O povo está bem unido
Os braços não vai cruzar
Assim a luta continua
Doa lá a quem doer
Minha vontade é a tua
Nós havemos de vencer
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