quarta-feira, 23 de junho de 2010

Maria José Branco de Assunção

Alcochete terra linda

Alcochete terra linda
Sobre o Tejo debruçada
A sua beleza infinda
Merece bem ser cantada

É beijada pelo Tejo
E tem campos verdejantes
Noutro tempo teve ensejo
Ser terra de navegantes

Aqui vinham caravelas
à volta das descobertas
E a maruja vinha nelas
Pagar ao santo as ofertas

Hoje os homens outros são
Mas o sangue o mesmo vale
Uns trabalham no carvão
Outros trabalham, no sal

Descalços de pé e perna
Junto às águas cristalinas
Assim dão a vida inteira
à riqueza das salinas

Gente do campo e do mar
Cada qual tem seu valor
Mas são iguais a lutar
Mareante ou lavrador

Não sabem causar um dano
Seja embora desgraçado
Porque ser alcochetano
É ser bom, é ser honrado

Alcochete, minha terra
Tem brasão e galhardete
Seja na paz ou na guerra
Honro-me em ser de Alcochete

(poema escrito em 1940)

Maria José, nasceu em Alcochete em 1920. Foi funcionária administrativa do Registo Civil em Alcochete e Lisboa. A sua terra natal é um permanente motivo de inspiração.

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