quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

João Vaz Penetra

Alcunhas e Apelidos (continuação)

Borda d'Águas, Cab'delas
E Reguengos e Maurícios
Cada um nos seus ofícios
Vidas simples e singelas
Mas eram rudes e belas
E dessas eu não me queixo
Outros nomes aqui deixo
Como seja o Lagreminhas
E o Chico Palolêcho.

Há um Santo sem altar
Nesta terra de virtude
Deus me dê muita saúde
Para os poder recordar
E agora estou-me a lembrar
Do Cheira e do Pendurado
Do Brito e do Encarnado
Inda me falta o Saldanha
A ti Teresa Tanganha
E o Chico Remelgado.

Houve Príncipe e Rainha
E também a Zefa Rita
A Libania e a Canita
A ti Ana Pedreirinha
A Vivência e a Pancinha
A Palmira e a Ganhôa
A Bernarda e a Letôa
Tivemos a ti Eulália
A Irene e a Cidália
Foram morar p'ra Lisboa.

Cabeção é um jardim
Onde as mulheres são as flores
As novas são uns amores
As velhas assim... assim
Isto nunca mais tem fim
Por todo o lado há Marias
As mães, as filhas, as tias
Há cá muitas Mari' Rosas
Bonitas e carunchosas
E também Rosas Marias.

Um Lourenço taberneiro
Anastácios e Correias
Andou por muitas aldeias
O Henriques Pinceleiro
Houve o Zé Maria Oleiro
O Lourinho e o Badalo
Nem só dos velhos eu falo
Temos cá o Zé da Quinta
A "Polónia" e a Jacinta
Mas não temos o Gonçalo.

A Rata e a Ratinha
A Péxôta e a Cagoila
E também o Zé Migoila
A Bia e a Anazinha
Todos os anos cá vinha
O Domingos Lagareiro
Desde Novembro a Fevereiro
Vinha cá fazer azeite
Rosa Vaz vendia leite
Mâncio Bàdio cozinheiro.

(continua proximamente...)

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