segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

João Vaz Penetra

Alcunhas e Apelidos (continuação)

Os Abrantes aqui estão
Um deles é cavaleiro
E o ti J'aquim Cabreiro
Vivia no Maranhão
Do velho João Rabadão
Muita história se dizia
E um certo doutor havia
Que belos conselhos dava
Quando alguém o consultava
Lá na horta d'Aravia.

António dos Porcos era
Negociante de gado
Muitos porcos do montado
Aquela "alma" vendera
Fosse inverno ou primavera
Sempre na burra castiça
Aqui lhe presto justiça
A vida também tem trocos
Morreu o António dos porcos
Mas temos cá o Linguiça.

Com saudades vou sorrindo
Ao recordar tanta gente
Figuras d'antigamente
E outras que vão surgindo
Tivemos o Zé Relindo
Qu'era um grande mariola
Temos cá o João Tàjola
E o nosso amigo Bebéla
"Levou poucas" do Varela
Nos nossos tempos de escola.

Galizas, Bilros, Palhais
Papa-Ratos, Peia-Cucos
Não é terra de malucos
Nem são homens anormais
Aos outros eram iguais
Desde que eram Rapazinhos
Pirralhas e Tatarinhos
Carumbas, Repas e Piscos
Lamarosas e Roviscos
E o Chico dos Pàzinhos.

Tivemos o Bernardino
Cabeleireiro de animais
O Arromba e o Zé Pais
O Manel Alexandrino
O Velez e o Cat'rino
Nomes que hão-de ser lembrados
Mas um dos mais afamados
Luís Borreicho Godinho
Não podia ver o vinho
Bebia d'olhos fechados.

Havia um homem de bem
Por todos considerado
Há muito já foi chamado
O Luís Guarda que Deus tem
E o nosso Tita também
Deixou viúva a Jacinta
Por mais tristeza que eu sinta
Ainda sinto emoção
Pela morte do Bailão
Filho da Jaquina Pinta.

(continua proximamente...)

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