segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Joaquim Vicente Vedor Paulino

Sou o que quiseres

Sou um barco, uma gaivota,
Sou mar e algas marinhas.
Sou ninfa, sereia e brisa
e da areia as pedrinhas.

Sou o sal das tuas lágrimas,
o riso no teu olhar,
sou o sol e sou as vagas,
trovoada e temporal.

Sou a noite, sou o dia,
sou também a madrugada.
Sou a tristeza, a alegria,
duma alma amargurada.

Sou o coração destroçado,
que deambula perdido,
o sangue amargo e viscoso,
dum velho corpo esquecido.

Sou a pedra no sapato,
sou a surpresa embrulhada,
sou o grito desesperado,
que atravessa a madrugada.

Sou o pássaro ferido,
sou um corpo a flutuar;
sou uma ilha pequena
perdida no meio do mar.

Sou a arte onde tu tocas
e te toca o coração.
Sou a luz que ilumina,
toda a tua escuridão.

Serei tudo o que tu quiseres,
tudo o que te der prazer,
a força que vem de ti,
é que me ajuda a viver.

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