Sou o que quiseres
Sou um barco, uma gaivota,
Sou mar e algas marinhas.
Sou ninfa, sereia e brisa
e da areia as pedrinhas.
Sou o sal das tuas lágrimas,
o riso no teu olhar,
sou o sol e sou as vagas,
trovoada e temporal.
Sou a noite, sou o dia,
sou também a madrugada.
Sou a tristeza, a alegria,
duma alma amargurada.
Sou o coração destroçado,
que deambula perdido,
o sangue amargo e viscoso,
dum velho corpo esquecido.
Sou a pedra no sapato,
sou a surpresa embrulhada,
sou o grito desesperado,
que atravessa a madrugada.
Sou o pássaro ferido,
sou um corpo a flutuar;
sou uma ilha pequena
perdida no meio do mar.
Sou a arte onde tu tocas
e te toca o coração.
Sou a luz que ilumina,
toda a tua escuridão.
Serei tudo o que tu quiseres,
tudo o que te der prazer,
a força que vem de ti,
é que me ajuda a viver.
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