terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Manuel Luis de Jesus Beja

Quadras duras à solta

No mundo da hipocrisia
Há sempre alguma maneira
De um rico ganhar num dia
Mais que um moço pobre , a vida inteira

Quem a moral apregoa,
Mas só a maldade encerra,
É como abutre que voa
Sobre os despojos da guerra!

Temos direitos iguais!
Diz o nobre cavalheiro.
Mas uns trabalham de mais
Outros ficam com o dinheiro!

Prende-se um pobre indigente,
Que tira um pão para comer!
E louva-se certa gente,
Que rouba mesmo a valer!

Se hoje fosse decretado,
Prender todos os ladrões,
Entrava em falência o Estado
Com os gastos nas prisões

Há muitos religiosos
Falando de caridade,
Que me lembram mentirosos,
Jurando falar verdade

Se dizem sermos irmãos
E feitos de igual matéria,
porque razão há cristãos;
Que só conhecem miséria!

Não liguem a este fado
Afinal, estive a brincar
É melhor ficar calado
Senão fazem-me calar

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