terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Joaquim Vicente Vedor Paulino

Poema à Baixa da Banheira

Terra de tantas culturas,
nas horas calmas e duras,
há muita ponderação.
Está sempre tudo à "maneira"
sendo a Baixa da Banheira
terra da minha paixão.

A noite é doce e terna,
oiço cantar na taberna, 
o Alentejo querido,
fico sempre emocionado,
o coração destroçado,
abandonado e esquecido.

Baixa da Banheira é terra,
cujo coração encerra,
e ternura desmedida.
Há pureza no olhar,
há amizade no ar,
nesta terra tão querida.

Tem o seu lado obscuro,
no seu recanto mais escuro,
que conspurca a madrugada.
A droga escondida espreita,
e o povo nem suspeita,
como vive amargurada.

Nas noites quentes de verão,
há motivos e razão,
que nunca sendo demais,
junta grupos de pessoas,
sinceras, puras e boas,
conversando nos poiais.

As ruas são apinhadas,
as conversas variadas,
tal como o trigo na eira.
É uma terra de cultura,
a honestidade perdura,
nesta Baixa da Banheira.

Se eu chegar a ser velhinho,
quero sentir o carinho
e ter o doce prazer,
de um dia sem esperar,
a morte me visitar
e aqui poder morrer.

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