quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Martinha Marques Fernandes Fatia

Liberdade

Livre é a águia
Voando sobre a montanha
É o rio correndo
Em direcção ao mar
É o vento
Com a sua força estranha
São os pássaros
No seu inocente chilrear

Todos os seres nascem
Da mesma maneira
Livres com direito
De viver a vida
Um país para amarem
E a sua bandeira
Um sentido de honra
Para não ser esquecida

Gosto pela amizade
Pura e verdadeira
Todos têm mãe
Que lhes deu a vida
Que lhes ensinou
Que o amor é tudo
O que de melhor
Pode haver na vida

Mas tu homem
Que és imperfeito
Destrois e desprezas
Tais sentimentos
Só com a riqueza
Ficas satisfeito
Pouco te importando
Nobres sentimentos

No seu egoísmo
O homem tem feito as diferenças
Nas crenças nas raças
No Norte e no Sul
Porque infelizmente
Ainda há quem pense
Que por ser nobre e rico
Se tem sangue azul

Sangue azul
Porque se é rei e senhor
Deste mundo cheio de injustiças
São blasfémias
De algum ditador
Que à custa do povo
Vive na preguiça

Livre de ser pobre
Não é uma liberdade
É uma situação
Que nos é imposta
Porque quem não trabalha
E vive à vontade
Por quem do melhor
Tem a mesa posta

Esta Mulher beirã, de Pracana Cimeira/Mação, nascida em 1947, reside em Alhos Vedros desde os oito anos. Mulher trabalhadora nas industrias corticeira e das confecções/vestuário.

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