segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Jacinto José Carlos Guerreiro

Sem Palavras

Olhai aquele menino
Remexendo o dia inteiro
Na lixeira da cidade
Resignado a vil destino
Traz p'la mão o companheiro
Um irmão de tenra idade

Para aqui e para acolá
E apanha do negro chão
Restos do que alguém comeu
Lembra-se da mãe que está
Dentro de um negro caixão
E o pai nunca o conheceu

Toca o sino, é Natal
Chega a hora do sermão
Trocam-se prendas e gestos
Mas, dentro do mundo real
Existem milhões de irmãos
Esperando por alguns restos

Sem comentários:

Enviar um comentário