sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Do Cante alentejano

Eu aprendi a cantar
lavrando a terra molhada
lá na solidão dos campos
pensando em ti minha amada.

...

Minha terra verde malva
nas primaveras floridas
um sonho quente de verão
nas campinas ressequidas.

..

Montes na planície a alvejar
são contas dum rosário de saudades
fontes de silêncio a escutar
o cante dos ceifeiros nas herdades.

...

Minha campina amarela
da cor do vento suão
onde crescem ilusões
de misturar com o pão.

Alentejo não tem sombra
senão a que vem do céu
abrigue-se aqui menina
debaixo do meu chapéu.

E a criatividade do cantor permitia-lhe fazer a sua própria composição, servindo-se do fundamental da quadra, adaptava-a à sua linguagem:

O Alentejo não tem sombra
senão a que vem do céu
assenta-te aqui amori
à sombra do mê chapéu.

Sem comentários:

Enviar um comentário