sábado, 23 de outubro de 2010

O meu amor é um cravo
E eu sou rosa que o mereço
Já mo quiseram comprar
Cravo de amor não tem preço

Estás longe da minha vista
Mas do meu sentido não
Teu retrato trago sempre
Na minha imaginação

Algum dia me dizias
Que eras minha saudade
Agora em tão pouco tempo
Me perdeste a amizade

É tão triste ver partir
Um amor de quem gostamos
Ver na distância sumir
Sem saber quando avistamos.

...

Tenho um jardim mal tratado
Só existe uma flor
Diz-me amiga Catarina
Onde existe o meu amor

Querida amiga não chores
Por um bem que se ausentou
Quem se ausentou logo volta
Que eu nessas esperanças estou.

...

Ó vila de Messejana
Cercada de cravos brancos
Onde meu amor passeia
Domingos e dias santos

Vou andando e vou chorando
Regando os pés às flores
Ai de mim que estou amando
Quem já tem outros amores

Tenho a vista enfraquecida
É talvez de muito ler
No livro negro da vida
Sem nunca o compreender.

Estes são versos de cantigas de trabalho, mas também dos bailes e serões familiares ou de amigos, da região de Messejana, recolhidos por Maria Vitória de Brito Ruas.

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