quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O verso tem sempre uma moral subjacente. Neste caso, servindo-se da metáfora do melro preto, o autor (desconhecido) conta a patifaria praticada a coberto da noite:

O ladrão do negro melro
Toda a noite assobiou,
Mas, chegada a madrugada,
Bateu as asas... voou!

Aqui, apela-se à condescendência com a mulher que se comportou de forma menos digna:

Se vires a infeliz
Não a olhes com desdém;
Olha que a desgraçada
Já foi honesta também.

Nas bodas dos casamentos, quando é chegado o momento dos brindes - As saúdes - os que têm dotes para a rima, é assim que brindam:

Á saúde dos senhores padrinhos
E mais de toda a companha
E muitos parabéns ao noivo
Pela bela moça que apanha.

Também  o ritual pagão do dia da espiga é cantado:

Quinta feira de Ascenção
Saem as moças pró campo
De vestido cor-de-rosa
Na cabeça um laço branco.
Na cabeça um laço branco,
Trazem as espigas na mão,
Saem as moças pró campo,
Quinta feira de Ascenção.

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