quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Joaquim da Costa Velhinho

Ainda do Velhinho, publico o seu poema Pragasina.
Versa sobre o seu amor por uma mulher, que o trocou por outro. Para vingar-se compôs este poema, que é como quem diz, rogou-lhe uma praga!

Os céus que faltem, oh! ingrata,
Que nada tenhas que mandes (?!)
Que dentro dum cesto andes // Entrevada!

E à borda de uma estrada
Te ponham em padiola
Pedindo esmola // A quem passar!

E quem para ti olhar
De te ver tenha vergonha,
E que a mesma peçonha // De ti fuja!

Vida tenhas de corucha!*
Do morcego a liberdade
Vivendo na escuridade // Pois é falsa!

Antes despida e descalça!
Que de te ver fuja a gente!
Que nem d'amigo nem parente // Te socorras!

E assim como Judas morras
Enforcada!

*Suponho que esta palavra queira dizer: coruja.

Resta dizer que continuo a ter como fonte, os Cadernos Culturais de Messejana.

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